sábado, 12 de março de 2011

Biografia do Sr. Caitanya Mahaprabhu


Sri Caitanya Mahaprabhu nasceu em Mayapur, na região de Nadia, logo após o pôr do sol na tarde de 23 de Phalguna, 1407 Sakabda, que de acordo com o calendário cristão corresponde ao 18 de fevereiro de 1486. No momento do seu nascimento houve um eclipse lunar e as pessoas de Nadia como era costume nessas ocasiões, estava se banhando no rio Bhagirathi (Ganges) cantando Hari Bol. Seu pai, Jagannath Misra, era um brahmana pobre da ordem védica e sua mãe, Saci Devi, era uma mulher exemplar.

Ambos descendiam de famílias brahmanas originárias de Sylhet. Mahaprabhu era um bebê lindo e as mulheres do povoado iam visitá-lo e levavam presentes. Seu avô materno Pandita Nilambar Cakravarti era um renomado astrólogo e previu que o garoto seria uma grande personalidade e lhe deu o nome de Visvambar. As mulheres vizinhas a sua casa o chamavam Goura Hari por sua pele dourada e sua mãe o chamava Nimai já que ele nasceu debaixo de uma árvore de Nim. Por ser um menino tão bonito todos queriam vê-lo diariamente. A medida que foi crescendo se tornou um garoto caprichoso e travesso. Ao cumprir 5 anos foi admitido em um pathasala (escola) em que aprendeu Bengali em pouco tempo.

Quando era pequeno chorava com freqüência no colo de sua mãe mas quando ouvia os vizinhos cantando Hari Bol parava. Por isso em sua casa sempre se ouvia Hari Bol! Depois de cumprir 10 anos, Caitanya se tornou um erudito em gramática, retórica, smrti e nyaya. Seu irmão maior, Visvarupa, aceitou a ordem de vida renunciada a saiu de casa nesse época. Ainda que fosse muito jovem, Caitanya consolou seus pais dizendo que os servia com o objetivo de satisfazer a Deus. Pouco depois seu pai abandonou esse mundo e sua mãe foi tomada pela tristeza, mas Mahaprabhu com sua alegria sem igual a consolava.

Com 14 anos Mahaprabhu se casou com Laksmipriya, a filha de Ballabhacharya, também de Nadia.

Sendo um homem casado, se dirigiu ao oriente da Bengala, as margens do rio Padma, para acumular riquezas e manter sua família. Ali exibiu seus conhecimentos e foi recompensado por isso. Sua exposa, Laksmipriya abandonou esse mundo ao ser mordida por uma serpente. Quando retornou a casa de sua mãe que vivia em um estado de aflição a consolou com uma explicação sobre a incerteza dos assuntos humanos. Foi por um pedido de sua mãe que Mahaprabhu se casou novamente com Visnupriya, a filha de Raja Pandita Sanatana Misra.

Com 16 ou 17 anos, Sri Krishna Caitanya viajou a Gaya com muitos estudantes e tomou iniciação espiritual de Isvara Puri, um sannyasi vaisnava discípulo do célebre Madhavendra Puri. Ao regressar a Nadia, Nimai Pandita era um pregador e sua fé estava tão fortalecida que Advaita Prabhu, Srivas e outros que haviam aceitado o Vaisnavismo antes do nascimento do Sr. Caitanya se assombraram com a mudança do jovem.


Agora desmaiava ao escutar o nome de Krishna e se comportava como um homem inspirado pela influencia de seu sentimento religioso. Nesse momento Mahaprabhu abriu uma escola noturna de Sankirtan (canto congregacional do senhor) na casa de Srinivasa Pandita com seus seguidores sinceros. Ali pregou, cantou, dançou e expressou todos os tipo de sentimentos religiosos. Nityananda Prabhu (encarnação de Balarama, primeira expansão de Krishna) que já expandia o Vaisnavismo enquanto viajava pela Índia se uniu a Ele.



A primeira ordem que Mahaprabhu deu a Nityananda Prabhu e Haridasa Thakura foi: “amigos meus, vão pelas ruas e povoados, visitem cada homem em sua casa e peçam-no que cante o nome de Hari com devoç˜åo, logo venham todas as tardes me informar sobre os resultados de sua pregação.” Os dois pregadores se encontraram com Jagai e Madai, dois homens de caráter abominável que insultaram Nityananda Prabhu e Haridas Thakur quando estes cantaram os santos nomes mas ao final se renderam ao amor divino e se tornaram devotos de Krisna. As pessoas de Nadia estavam surpresas e diziam: “Nimai Pandita não é só um gênio gigantesco (ele tinha mais de 2,30m de altura!) mas também um missionário do poderoso Deus”

Ele declarou que a idéia do partidismo e do sectarismo eram os maiores inimigos do progresso espiritual e que conquanto ele seguisse sendo um habitante de Nadia, de uma família em especial, sua missão não teria êxito completo. Aos 24 anos de idade decidiu se tornar um cidadão do mundo cortando suas conexões com uma família, uma casta, um credo em particular. Com esta resolução abraçou a ordem de sannyasi em Katua, baixo a guia de Kesava Bharati. Sua mãe e esposa choraram amargamente essa separação mas nosso herói estava decidido. Abandonou o pequeno mundo do lar substituindo pelo mundo ilimitado de Krishna para o benefício da humanidade em geral.


Depois de tomar sannyasi visitou a casa de Advaita Prabhu em Santipur. Foi feito os arranjos para que sua mãe, Saci Mata, estivesse presente e seu coração foi tomado por alegria e tristeza ao ver seu filho com as roupas de um monge renunciante. Krishna Caitanya não tinha nada mais que um kaupin (uma tira de tela) e um bahirvasa (cobertura externa). Sua cabeça estava sem cabelos e carregava sua danda (vara) e um kamandalu (cântaro de ermitão). O santo filho prostou-se aos pés de sua amada mãe e disse “Mãe, esse corpo é teu e devo obedecer suas ordens. Permita-me ir a Vrindavana para meus lorgros espirituais”. Mãe Saci, consultou Advaita Prabhu e outros e por fim pediu a seu filho que residisse em Puri (o povoado do Sr. Jagannatha) para poder receber notícias dele de vez em quando. Mahaprabhu aceitou essa pedido e em poucos dias abandonou Santipur para ir a Orissa.





Aos 28 anos foi a bengala. Ali se encontrou com duas grandes personalidades, rupa e sanatana. Esses dois irmãos eram de origem muçulmana embora se sentissem muito atraídos pelas tradições ditas hinduístas. Eles escreveram a Mahaprabhu quando se encontrava em Puri pedindo conselhos espirituais. Sri Krishna Caitanya ordenou que fossem a Vrindavana se encontrar com Ele. Rupa Goswami se encontrou com Mahaprabhu em Allahabad e foi treinado para a vida espiritual durante 10 dias. Apos esse período, Sr. Caitanya pediu que ele fosse para Vrindavana cumprir uma série de missões. A primeira delas foi escrever tratados de teologia que explicassem científicamente o Bhakti e o prema puros. Sua segunda missão foi redescobrir os lugares em Krishna exibiu seus lilás (passatempos) transcendentais para o benfício do mundo ao final de Dvapara Yuga.


Mahaprabhu dormia pouco, seus sentimentos o levavam para cada vez mais longe do mundo material – seus seguidores e admiradores observavam tudo de perto. Ele realizava sua adoração, se comunicava com seus missionários em Vrindavana e conversava com pessoas religiosas que vinham ver-lo. Cantava e dançava esquecendo-se de si e aos poucos mergulhava em bem aventurança (ananda) espiritual. Todos que o visitavam o viam como Deus todo atrativo que apareceu nesse mundo para o benefício da humanidade.



Sri Caitanya amava sua mãe e de vez em quando lhe enviava Maha Prasada (alimentos oferecidos a Krsna) quando algum conhecido ia a Nadia – era muito amável por natureza. Era a humildade personificada e sua doce aparência encantava todos! Nomeou Nityananda Prabhu como o missionário responsável pela Bengala e enviou seis de seus discípulos para Vrindavana (os 6 Goswamis) para que pregassem o amor por Deus. Sempre deu instruções adequadas aos que pediam, como se vê no exemplo de suas conversas com Raghunath das Goswami. Seu trato com Haridasa Thakura mostra o amor que ele tinha pelos homens independentemente de casta ou condições social.


Esse foi Caitanya Mahaprabhu a encarnação mais misericórdia de Krishna que pregou o monoteísmo puro e negou a idolatria (que seria a adoração de objetos e pessoas que não são Deus mesmo). Quando os Sannyasis de Benaresse dirigiram a Ele como o Senhor Supremo Sri Krisha Caitanya retrucou que o maior pecado era dirigir-se a uma jiva ou entidade vivente como se fosse Deus. “Deus é sem igual, ninguém pode competir com Ele”, esse era o lema de Mahaprabhu.

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